Crescimento do setor de serviços reverte as perdas da pandemia

O setor do turismo ainda se ressente das perdas da pandemia e levará tempo para retomar o dinamismo do passado


As receitas do setor de serviços cresceram 10,9% no último ano, na comparação com 2020, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de dezembro de 2021, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Após uma queda de 7,8%, ocorrido em 2020, este resultado representa a maior taxa da série histórica da pesquisa iniciada em 2011.

Para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apesar de ter sido o último setor a reagir às consequências da pandemia, o setor apresentou a maior capacidade de recuperação em relação às demais atividades, com crescimento de 7% em relação a fevereiro de 2020. 

Entre os segmentos com altas mais expressivas, destacaram-se os serviços prestados às famílias (+18,2%) e os transportes (+15,1%). O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avaliou que os números refletem diretamente a redução do isolamento social ao longo de 2021. “O avanço da vacinação fez com que as pessoas se sentissem mais seguras para se deslocar e voltar a consumir. Desta forma, os serviços mostraram a capacidade de se recuperar de forma mais célere e gerar empregos, o que demonstra a importância deste segmento para a economia.”.

Retomada

Para o turismo, porém, o quadro ainda não se reverteu. De acordo com dados da CNC, o segmento deixou de faturar R$ 214 bilhões no ano passado, acumulando, desde fevereiro de 2020, R$ 473,7 bilhões em perdas de receitas (-11%). Além disso, com a eliminação de mais de 476 mil vagas formais no primeiro ano de pandemia, o setor teve um encolhimento de 13,7% na força de trabalho formal, a maior queda entre as demais áreas da economia, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Contudo, diante do gradual processo de recuperação em 2021, o saldo entre admissões e desligamentos no mercado formal foi positivo em 150,9 mil postos de trabalho. Considerando as previsões de crescimento econômico para 2022, a CNC revisou de -0,5% para -0,8% sua projeção para o setor de serviços neste ano e estimou avanço menor, de 1,7%, para o setor de turismo.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia, Raniery Coelho, avaliou que, este ano, com a retirada das restrições, apesar do crédito mais caro e da inflação, “vamos ter, com a flexibilização das medidas sanitárias, uma intensificação, principalmente do turismo doméstico, e os viajantes retornarão às estradas e aos céus, o que trará de volta os níveis de serviços acima dos observados antes da pandemia”. O presidente da Fecomércio-RO finaliza afirmando que o aumento das receitas de bares e restaurantes em fevereiro faz ter a certeza de que os serviços terão um ano melhor do que em 2021.

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