As queimadas este ano, em que alcançaram um recorde desde 2010, com uma verdadeira cortina de fumaça sobre Rondônia e diversos estados da Amazônia possuem diversas causas naturais e humanas. Com a crise hídrica que atravessamos, um efeito do El Nino, agravado pela falta de chuvas causaram secas nos rios, tendo, por exemplo, o rio Madeira alcançado seu mais baixo nível histórico e, na última semana, a cota já havia superado a mínima registrada em 2023, de 1,10 metro, pois na manhã da terça-feira (10), a medição na estação de Porto Velho atingiu 71 centímetros, a menor registrada desde 1967. Um dos maiores problemas na medida em que afeta a navegação e pode até causar desabastecimento de combustíveis em Porto Velho.
Acrescente-se que grande parte da fumaça tem proveniência dos estados vizinhos e da Bolívia na medida em que o Governo de Rondônia tem agido com rapidez para eliminar os focos de incêndio. A modificação deste cenário, apesar dos esforços já desenvolvidos não é simples, todos sabem que é uma questão também de conscientização da população, o que leva tempo. O problema é que, além das questões de doenças respiratórias e de outros tipos de problemas de saúde que a fumaça pode trazer, seus efeitos negativos começam pelo fato de muitas pessoas, com problemas, deixam de trabalhar, afora os voos aéreos terem sido afetados, o que impacta diretamente os negócios. Também, nas áreas mais afetadas, as pessoas evitam ficar ao ar livre ou ir fazer compras, bem como, o que aconteceu recentemente, as queimadas podem causar falta de energia, o que pode impactar a internet, as vendas e o comércio. Em universidades e escolas houve paralisação das aulas, o que também se reflete no comércio- isto no curto prazo. No entanto, a prática de queimadas seja para abrir áreas de cultivo ou pasto pode prejudicar a imagem do agronegócio, o que pode levar à perda de parceiros e compradores. Bem como as queimadas, junto com as secas, tendem a aumentar o preço de alimentos como frutas, açúcar, feijão, carne, suco de laranja, leite e derivados. Não é também uma tarefa fácil medir os impactos sobre a economia na medida em que, grande parte deles, somente irão se fazer sentir na inflação futura.