Imposição da tarifa de 50% aumenta incerteza e exige mais atenção ao cenário econômico

Imposição da tarifa de 50% aumenta incerteza e exige mais atenção ao cenário econômico

Embora haja a possibilidade de que parte da produção destinada à exportação seja redirecionada ao mercado interno, suavizando alguns preços, a expectativa é que esse excedente não seja suficiente para compensar o impacto do choque cambial.

A combinação de um real mais fraco, serviços com preços elevados e o aumento da energia elétrica — que já passou por reajustes significativos — comprime o poder de compra das famílias em Rondônia e limita as perspectivas de uma recuperação mais robusta do consumo.

Diante desse cenário, as projeções para o IPCA indicam que a inflação deve permanecer em patamar elevado, acima do centro da meta estabelecida, embora dentro do intervalo de tolerância.

A taxa básica de juros (Selic) também deve permanecer em nível alto, tornando o crédito mais caro e dificultando o acesso a empréstimos e financiamentos, tanto para consumidores quanto para empresas locais.

Essas expectativas já se refletiram no Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (ICEC) de junho, que caiu de 104,6 pontos para 104,0 pontos (-0,5%) em relação a maio, e está 1,14% abaixo dos 105,5 pontos registrados em junho do ano passado.

Para Raniery Araujo Coelho, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia (Fecomércio-RO), “Além da situação da inflação em Rondônia, que possui preços mais altos de combustível e frete, há uma grande preocupação para o comércio e para as famílias rondonienses com a questão do dólar e das tarifas americanas, que adicionam uma pressão extra ao processo inflacionário. A persistência de serviços com custos elevados, a renda real comprimida e o crédito caro criam um ambiente que exige ainda mais atenção de todos”, destacou.

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