TARIFAÇO: O QUE RONDÔNIA SABE (OU NÃO) SOBRE O IMPACTO DOS EUA NA ECONOMIA ESTADUAL

TARIFAÇO: O QUE RONDÔNIA SABE (OU NÃO) SOBRE O IMPACTO DOS EUA NA ECONOMIA ESTADUAL

Sondagem da Fecomércio/RO revela que, mesmo com conhecimento limitado, há forte preocupação com os efeitos das tarifas norte-americanas

Uma sondagem realizada com 140 respondentes, via telefone, conduzida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia-Fecomércio/RO, entre os dias 20 e 22 de agosto, em todas as regiões Estado, mostrou que o “tarifaço” – aumento das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros- tem sido muito pouco entendido pela grande maioria da população, porém sem deixar de ser objeto de uma preocupação generalizada sobre seus efeitos na economia estadual.

A sondagem revelou que a grande maioria dos rondonienses possui um conhecimento bastante limitado da questão: 54% afirmaram não entender direito o que seja o tarifaço e apenas 15% afirmam compreender claramente o tema. O que é mais complicado:  58% dos respondentes declaram ter pouco ou nenhum conhecimento de política e não acompanhar o que acontece no atual momento. A preocupação do rondoniense gira em torno, principalmente das dificuldades econômicas como custo de vida, inflação e impostos.

A grande maioria possui uma percepção negativa dos efeitos do tarifaço

Apesar do pouco conhecimento sobre o tarifaço a percepção é de que suas consequências serão negativas para Rondônia, de vez que 63,3% consideram que isto vai afetar a economia de Rondônia de forma direta e outros 57% consideram que isto terá impacto em suas atividades, o que contrasta bastante com o fato de que somente 17% conseguem enumerar algum tipo de relação comercial que Rondônia possui com os EUA. E, mesmo quando se esclarece que, embora tenha crescido muito nos últimos anos, a exportação de Rondônia é de produtos primários e abaixo de 5% do que se exporta isto não muda a opinião de 72% de que os seus efeitos irão trazer prejuízos para a economia e, em relação ao Brasil, 54% consideram que o impacto será muito negativo. Só 13,5% veem a possibilidade do tarifaço poder gerar algum benefício potencial. Sobre o programa realizado pelo governo brasileiro, o Brasil Soberano, para amenizar os impactos o desconhecimento é muito grande com 82% dos entrevistados tendo muito desconhecimento das medidas e não acreditando muito na sua eficácia. A percepção geral é de que a inflação deve aumentar (57%) e a maior preocupação se volta para combustíveis e energia (51%), mas 37% acreditam que o impacto irá recair sobre alimentos e 29% sobre os produtos importados. A preocupação com o futuro fica patente quando se procura saber o que estão fazendo em relação aos possíveis efeitos do tarifaço, de vez que 73% dos entrevistados revelam disposição de tomar medidas de precaução que são redutoras da produção e do consumo, ou seja, implicam em cortar gastos. O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia-Fecomércio/RO, Raniery Araujo Coelho, analisando a sondagem enfatizou que “O presidente da Confederação Nacional do Comércio, José Roberto Tadros, considera que o tarifaço é um ‘perde-perde’, perde o Brasil e perde os EUA. A sondagem mostra que esta é a percepção do rondoniense, mesmo sem informações, os empresários e a população percebem que essas medidas possuem impactos negativos e que se deve buscar uma negociação diplomática que resolva o problema”.

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